O que é um feedback que dá certo? O critério fundamental de sucesso para o feedback é quando, de fato, ele ajuda o outro a se desenvolver. O artigo “Por que o feedback falha” da Harvard Business Review (2019), traz uma perspectiva interessante sobre a “teoria da fonte da verdade”. Esta teoria propõe que é comum considerarmos que os outros (o líder, os pares, os subordinados) têm mais condições de ter consciência das nossas necessidades de desenvolvimento do que nós mesmos. Também traz que as pessoas tendem a fazer avaliações menos confiáveis sobre o desempenho dos outros do que os próprios avaliados, e que isso não ajuda muito o avaliado a se desenvolver. Quando avaliamos os outros, podemos trazer diversas distorções e mostrar mais sobre nós mesmos do que sobre eles.
Então, como fazer? Ao invés de trazer uma avaliação, um julgamento sobre como foi o desempenho e “impor” uma solução, basta focarmos em comunicar ao outro quais foram os nossos sentimentos e experiências em relação à atuação dele(a), em situações relevantes e específicas. Depois, abrir um espaço para que ele(a) traga seus sentimentos e experiências e, a partir, daí, construir juntos um caminho para o reforço do que já é positivo e melhoria dos pontos de desenvolvimento.
Algumas dicas:
Não focar no que deu errado, foque primeiro no que está dando certo, explore a visão da própria pessoa sobre isso e tente descobrir se há algo que ela já faça bem que pode ajudá-la a lidar com o que não está tão bom.
Explorar situações semelhantes no passado em que o desempenho foi melhor, tentando auxiliar a pessoa a perceber, pela experiência dela, o que ela fez que ajudou, e que pode utilizar no problema atual.
Discutir sobre ações de desenvolvimento para buscar algum recurso/ conhecimento que a pessoa ainda não tenha.
Fechar a conversa explorando o futuro, estabelecer um plano de ação para o desenvolvimento e agendar conversas mais recorrentes, colocando-se disponível para ajudar.
Dessa forma, ao invés de um processo de avaliação unilateral, tem-se de fato um “Diálogo de Desenvolvimento”, na linha do proposto pelo prof. Joel Dutra, sócio da Growth, no livro “Avaliação de pessoas na empresa contemporânea”, de 2014.
